giovedì 7 marzo 2013

SOCIOLOGIA DA EDUCACAO



1.0 EM QUE MEDIDA OS TRÊS FUNDADORES DO PENSAMENTO SOCIOLÓGICO: ÉMILE DURKHEIM, KARL MARX E MAX WEBER, REFLETIRAM O SISTEMA CAPITALISTA DE PRODUÇÃO INAUGURA UM NOVO OLHAR SOBRE A EDUCAÇÃO



Educar é, antes de tudo, organizar a experiência dos indivíduos na vida cotidiana, desenvolverem-lhes a personalidade e garantir-lhes a sobrevivência. As ações empreendidas com a finalidade de educar estão diretamente relacionadas às normas sociais vigentes e aos valores compartilhados pelos indivíduos, no contexto de determinadas sociedade, cultura e tempo histórico. Se as regras do mundo social já estão prontas quando nascemos, a vida que vivemos na relação com os outros nos convida a mudá-las, e nós as mudamos, mesmo que não percebamos ou que apenas as gerações seguintes sintam os efeitos de nossa intervenção.
A sociologia é uma ciência que surge e se desenvolve com o advento do capitalismo. Por causa dessa marca de nascimento, a reflexão sociológica, que aparece na sistematização intelectual de seus fundadores mais importantes como Émile Durkheim, Karl Marx ou Max Weber, tem como ponto de partida o interesse em compreender as maravilhas e as atrocidades deste novo mundo que se abriu com o desenvolvimento da grande indústria moderna e da sociedade dividida em classes.
Para a sociologia, não há pedagogia neutra: todas são construídas e utilizadas em meio a valores e normas, com o objetivo de conservar o status quo ou de subvertê-lo. Olhar a educação do ponto de vista da sociologia é compreender que se por um lado as pedagogias são o fundamento das práticas educacionais, por outro as crenças, os valores e as normas sociais são os fundamentos da pedagogia. Este livro apresenta a sociologia da educação como a disciplina acadêmica que se preocupa em reconstruir as relações, que existem na prática cotidiana, entre as ações que objetivam educar e as estruturas da vida social, quer dizer, a economia, a cultura, as normas jurídicas, as concepções de mundo, os conflitos políticos.

1.1. ÉMILE DURKHEIM E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO

Nascido na Alsácia, na cidade de Épinal em 15 de abril de 1858, Émile Durkheim deu início aos seus estudos na Escola Normal Superior de Paris, formando-se mais tarde em Filosofia.
Teve seu pensamento influenciado por Augusto Comte e Herbert Spencer de forma significativa na busca científica do estudo das humanidades.
Tem no desenvolvimento da sociologia grande contribuição, notadamente na realização do trabalho em que aborda a reflexão e o reconhecimento da existência de uma “Consciência Coletiva”, ou seja, o homem inserido em um determinado grupo social, seria capaz de aprender hábitos, costumes e valores deste grupo social e assim poder conviver em seu meio.
A “Consciência Coletiva” seria fruto de um processo por ele denominado de “Socialização”, o qual advinha de tudo aquilo que habita nossas mentes e que nos orienta como “Ser Social” seja no nosso comportamento, sentimentos ou como devemos ser perante a sociedade. Deste modo, diz que a consciência coletiva é capaz de constranger, pois a mesma é coercitiva e forçosamente irá impelir o individuo a viver nos moldes estabelecidos pela sociedade.
A todos esses preceitos ele denominou como sendo “Fatos Sociais”, os quais inclusive eram para ele, os objetos de estudo da sociologia e deveriam ser tratados como “coisas”.
Contudo, nem todos os atos ou ações realizados pelo individuo seriam classificados como fato social, o qual na visão de Durkheim têm existência própria e independem daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular e segundo sua metodologia, para essa classificação deveria atender a três características, quais sejam:
Coercitividade, que pode ser entendido como a força que exercem sobre os indivíduos obrigando-os através do constrangimento a se conformarem com as regras, normas e valores sociais vigentes;

Exterioridade, que pode ser entendida como a existência de um fenômeno social que atua sobre os indivíduos, mas independe das vontades individuais;

Generalidade, que pode ser entendida como a manifestação de um fenômeno que permeia toda a sociedade.

O comportamento, o que sentem, pensam ou fazem os indivíduos são estabelecidos pela sociedade, pois é ela o fator determinante para a continuidade da vida social, que exerce através dos adultos a interferência no aprendizado e na educação dos mais jovens e crianças para perpetuar assim a paz e ordem social, inclusive no que diz respeito à evolução da sociedade em todos os seus aspectos.
A sociedade, para Durkheim, é governada pela lei da divisão do trabalho, o qual será cada vez mais dividido entre os individuos com a evolução social e o consequente aumento do trabalho. O resultado da divisão do trabalho seria o aumento da força produtiva, da habilidade no trabalho, rápido desenvolvimento material e intelectual da sociedade, permite que tenha equilibrio, harmonia e ordem social devido a necessidade de união e diversidade semelhante a todos os membros da sociedade, trazendo assim integração e estrutura social, por fim, tráz solidariedade social.
A solidariedade para Durkheim é dividida em solidariedade mecânica e orgânica, tendo cada uma sua estrutura própria e advém da divisão do trabalho.
A solidariedade mecânica é oriunda das semelhanças individuais, é uma necessidade de vivência social, pois liga o indivíduo à sociedade, tornando harmônica as suas relações. Para isto necessita de repressão contra qualquer desvio de limite; imposto pela consciência coletiva.
A solidariedade orgânica é a independência individual, mas depende da sociedade por que depende das partes que a compõe. Contudo a solidariedade orgânica dá parâmetros de liberdade a consciência individual, surgindo um novo tipo de solidariedade.
Quando o sistema social não atende aos anseios e aos resultados esperados pela sociadade, Durkheim diz que a sociedade está em estado patológico, ou seja, não está funcionando como esperado e por isso sofre de anomia social. A sociedade é constituida de varias instituições, as quais devem dar as diretrizes aos individuos, e estando estas instituições enfraquecidas, sem atender os preceitos e normas estabelecidas pela sociedade, ocorre o estado de anomia social. Um exemplo pratico é o estudo que elabora sobre o suicidio, o qual em determinado momento é normal, pois faz parte da vida social, mas quando o número de suicídio é muito significativo, muito acima do que é tido como “nomal” passa a ser uma patologia social, fazendo com que a sociedade viva este estado de anomia social, ou seja, a sociedade não conseguiu atigir suas finalidades sociais, o progresso social.
Para Durkheim, todo ser humano nasce egoísta, e através da sociedade torna-se solidário por meio da educação, a qual é exercida de forma vertical, de cima para baixo, ou seja, as gerações adultas agem sobre as novas gerações, ações essas que preparam as novas gerações para a vida em sociedade. Nesse diapasão, verificamos que a sociedade busca na educação preparar as novas gerações em um esforço continuo para a vida social, impondo-lhe a sua maneira de viver, de agir e sentir, num ato conservador e perpetuador de suas convicções de uma vida harmônica e sem intempéries, onde jamais chegariam as novas gerações se não fossem conduzidas e ensinas pelas gerações adultas.
Atribui à educação o papel fundamental para o desenvolvimento do ser social, pois através dela, o individuo desenvolveria em si os aspectos morais, políticos, físicos e intelectuais do grupo social em que está inserido.
Para finalizar uma frase celebre do pensador.

A educação tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança estados físicos e morais que são requeridos pela sociedade política no seu conjunto”

Assim sendo, percebemos que Durkheim, através da sua visão da sociedade, busca no estudo de sua cultura, costumes e instrumentos normativos, verificar cientificamente, se a sociedade está bem estruturada em todas as suas instituições, buscando seu fortalecimento através da transmissão de conhecimento entre as gerações, sendo a geração adulta responsável por instruir as gerações jovens, para assim dar continuidade aos anseios sociais.
Diz também ser a educação o instrumento basilar da sociedade que só através de uma educação de qualidade poderá a sociedade ter individuos bem prapardos para enfrentar os desafio sociais e não permitir o enfrequecimento das instituições sociais, possibilitando assim, o êxito social, seja material, intectual e moral, o progresso estaria assegurado, deixando a sociedade sempre em estado de harmônia.

1.2. KARL MARX E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO
O clima cultural do século XIX estava mudando. Os ideais progressistas e iluministas da Revolução Industrial e Francesa não mais incendiavam e sim amedrontavam as sociedades européias e americanas. O susto pelos excessos revolucionários fortaleceu os desejos de restauração da antiga ordem. As campanhas militares de Napoleão e as obras filosóficas de Hegel recolocaram o mundo e os ideais em “ordem”, política e intelectualmente. (NOSELLA, 2005)
Deveras, os tempos estavam mudando: enquanto os socialistas utópicos ainda acreditavam na essencialidade da força de trabalho humano, os próprios industriais compreendiam que o centro nevrálgico do processo de transformação era o “meio” de trabalho, que podia ser um homem, uma mulher, uma criança ou então uma máquina, uma estrutura organizativa, algo que pode utilizar o homem ou até mesmo dispensá-lo. A relação entre trabalhador e produção era, afinal, menos orgânica e indispensável do que até então se pensava:
A revolução determinada pelas máquinas na relação jurídica entre quem compra e quem vende força de trabalho é tal que toda a transação perde até a aparência de um contrato entre pessoas livres.” (MARX, 1974, p. 440)
Em suma, para o capitalista não existe negociação objetiva entre o capital e o homem. Assim, ou o homem passa a negar radicalmente o capital ou o capital negará definitivamente o homem. Para o marxismo científico não existe a possibilidade da dialética hegeliana da conciliação entre o capital e a subjetividade humana. Funciona apenas a dialética da negação da negação. Consequentemente, só o proletariado representa a subjetividade histórica que pode garantir o homem contra seu aniquilamento e o socialismo é o seu único programa científico de auto-emancipação.
Nosella (2005), fala que o socialismo científico sofreu grande influência do cientificismo positivista, do evolucionismo darwinista e do experimentalismo; por exemplo, da psicologia: todas essas vertentes comungavam uma filosofia da história com base no determinismo. Assim, o socialismo científico concluía que o reino da liberdade (comunismo) só aconteceriaapós o reino da necessidade (capitalismo). A justaposição dos dois “reinos”, cientificamente arbitrária, era uma declinação filosófica da visão judaico-cristã da passagem (Páscoa) deste mundo, vale de lágrimas, para o mundo celeste, o paraíso. Quando Marx e Engels tentavam dizer algo sobre as características da futura sociedade comunista, apenas invertiam os sinais das características da sociedade burguesa. Assim, por exemplo, o conceito de trabalho permanece prisioneiro dos limites conceituais da crítica ao trabalho burguês. Como também o conceito de Estado não ultrapassa os limites da crítica ao Estado burguês.
Por isso, o marxismo ortodoxo ou o socialismo científico não conseguiu perceber que a educação infantil e a escola em geral, mesmo no âmbito dos Estados burgueses, tomariam enorme impulso e desenvolvimento, muito além dos limites do trabalho fabril e da escola profissional. Concluindo: o reducionismo escolar que é criticado ao socialismo ortodoxo foi reflexo, na verdade, da aporia marxiana, criticada por muitos analistas, a respeito da categoria trabalho.
Entretanto, apesar dos inegáveis limites do socialismo científico, é dele o grande mérito de combinar ensino e produção. A partir de Marx, o trabalho produtivo passou a ser o fundamento principal da pedagogia socialista, que também influenciou toda a pedagogia progressista do século XX.
A pedagogia marxista não só considera hegemônico o papel da fábrica no processo pedagógico, com referência à escola tradicional, mas também com referência à própria família. Escola e família precisam ser “educadas” pelo trabalho produtivo industrial, a primeira tornando-se cada vez mais profissional, técnica e, finalmente, tecnológica; a segunda, conhecendo a substituição da autoridade dos pais (patria potestas) pela autoridade, num primeiro momento, do capital e, finalmente, do Estado socialista industrial. (NOSELLA, 1991)
Força dos fatos, finalmente, obrigou a sociedade a reconhecer que a grande indústria, desagregando o fundamento econômico da velha família e do trabalho familiar que lhe correspondia, desagrega também as velhas relações familiares (patria potestas). Precisou, finalmente, proclamar o direito dos filhos. (MARX apud MANACORDA, 1964, p. 98).
Mesmo reconhecendo que o fundamento último da exploração infantil é a mais-valia capitalista, Marx percebe que o capital realiza a exploração das crianças através da autoridade familiar e que, portanto, a desagregação desta permite o surgimento futuro de uma forma superior de família, a socialista, assim como à forma familiar greco-romana se seguiu a germânico-cristã, etc:
Desgraçadamente, as crianças dos dois sexos não precisam de proteção contra ninguém quanto contra seus próprios pais. O sistema de exploração ilimitada do trabalho infantil em geral e do trabalho domiciliar em particular é mantido pelo fato dos pais exercitarem sobre seus jovens e tenros rebentos uma autoridade arbitrária prejudicial, sem limites e sem controle. Os pais não podem possuir o poder absoluto de tornar seus filhos meras e simples máquinas de render algum salário semanal. Crianças e adolescentes têm direito a serem protegidas pela legislação contra o abuso da autoridade paterna que arrebenta precocemente sua força física e os rebaixa na escala dos seres morais e intelectuais. (MARX apud MANACORDA, 1964, p. 98).
Aos poucos, até mesmo os princípios fundamentais da pedagogia marxista do século XIX sofriam alterações significativas. A saber: a concepção sobre a relação instrução-trabalho, escola-política e escola-herança cultural do passado estava sofrendo profundas modificações. O socialismo científico de Marx e Engels estabelecera uma relação mecânica e pontual entre trabalho fabril e escola. Era quase um somatório ou uma alternância de momentos, uns passados na escola profissional e outros na fábrica. Mas as reformas educacionais de Krupskaia concebiam essa relação de forma mais orgânica e geral, porque a fábrica influencia a sociedade como um todo e o trabalho industrial, como princípio educativo, modifica difusa e universalmente todas as esferas da sociedade. Assim, o industrialismo educa todo o conjunto da sociedade, não apenas o ser humano que está materialmente dentro dos muros da fábrica. Nesse sentido, até mesmo as creches infantis de uma sociedade industrial socialista são informadas pelo trabalho fabril como princípio educativo. (NOSELLA, 2005)
Consequentemente, a proibição do trabalho das crianças, que para Marx soava como postura idealista e reacionária, para os pedagogos socialistas soviéticos era um imperativo, sem com isso negar o princípio do trabalho industrial como fundamento universal da pedagogia socialista.

1.3. MAX WEBER E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A EDUCAÇÃO

Max Weber descreve uma educação racional, onde os indivíduos são preparados para exercer as funções dentro da sociedade. A educação é um instrumento para estratificação social, ela forma o indivíduo, diz ele. Uma educação para a qual esse indivíduo vai seguir suas ações.
Weber vê a educação como uma ação social e aponta três caminhos para a educação: despertar o carisma é o caminho direcionado àqueles indivíduos que são considerados únicos na sociedade, poderão se tornar líderes através do desenvolvimento do pensamento. A pedagogia do cultivo forma culturalmente o indivíduo para que possa exercer sua função dentro da estrutura em que ele está inserido. E a pedagogia do treinamento prepara um especialista para cumprir determinada função dentro da estrutura hierarquizada e burocrática da sociedade capitalista.
A educação, constituída por um caráter institucional, racional e burocrático, impede os estudantes tenham uma liberdade maior de construção do conhecimento, presos a uma espécie de treinamento. Desse modo o papel que o professor desempenha é de um treinador.
É preciso que o professor adote uma postura de vendedor, ou seja, que o professor proporcione aos alunos, além do conteúdo, uma reflexão. E isto vem de encontro com o modo como este conteúdo é passado. O professor deve levar em conta o conhecimento de mundo de cada aluno, suas diferenças em termos de capacidade de aprendizado, deixando de lado essa hemogeneização, essa forma estabelecida com que se cobra a sociedade.
No pensamento marxista, a educação é um espaço de reprodução ideológica dos interesses da classe dominante (a burguesia); em Durkheim, a educação é vista como instituição integradora essencial à ordem social; na perspectiva weberiana, a educação é fonte de um novo princípio de controlo, enquanto racionalidade instrumental de dominação burocrática. Se em Marx a educação pode oprimir ou emancipar o indivíduo (no sentido de “libertação”); em Durkheim, a educação é o mecanismo pelo qual ele se torna membro de uma sociedade (se torna “um ser novo”). Weber vai mais longe: a educação é factor de selecção e de estratificação social. Marx e Durkheim centraram-se no poder das forças externas ao indivíduo; Weber centrou-se na capacidade de acção do indivíduo sobre o exterior.

                    2.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Alonso Bezerra. SILVA, Wilton Carlos Lima. Sociologia e Educação. São Paulo. 2006; Editora Avercamp.

DURKHEIM, Êmile. Educação e Sociologia 10ª ed. São Paulo, Ed. Melhoramentos, 1975.

pt.shvoong.com › Ciências Sociais › Educação

HOBSBAWN, ERIC. J. (org.). História do Marxismo: O marxismo no tempo de Marx. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1980.

QUINTANEIRO, Tãnia. Um toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Werber. Belo Horizonte, Ed. UFMG. 1995.

SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica. 4º ed. Itajaí: Ed. UNIVALI, 2002, p.132
Battini, Okçana. Cultura e sociedade: pedagogia / Okçana Battini, Adriana de Fátima Ferreira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.

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